Henry Ford

 

O desenvolvimento da abordagem da racionalização da tarefa e do cargo não envolveu apenas a divisão das tarefas de um trabalho na linha de produção , mas também a estrutura e os níveis superiores da hierarquia organizacional e teve como ícone o sistema produtivo  desenvolvido por  Henry Ford , o  modelo Fordista de Produção.  Embora, no primeiro momento, o modelo de Ford seja relacionado à contribuição teórica de Taylor, no que se refere à abordagem de racionalização da tarefa e do cargo , é fundamental  identificar a contribuição  teórica de Fayol para o modelo construído por Ford. Se as propostas de Taylor são fundamentais compreender a organização dos postos de trabalho, por outro lado , a contribuição de Fayol é crucial para compreender o modelo de gestão organizacional   incorporado ao sistema fordista de produção.  

 

Segundo Pierre Morin, a obra de Fayol identifica a administração como um método geral que diz respeito ao governo das organizações e repousa sobre o conceito de sistema. Na referida obra, a organização é delimitada como um conjunto de seis operações: técnicas, comerciais, financeiras, segurança, contabilidade e administrativas, sendo que esta última função tem o encargo de formular o programa geral de ação da empresa, de constituir seu corpo social, coordenar os trabalhos e promover a harmonia dos atos. Fayol define quatro funções básicas da operação administrativa: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Estas funções são desempenhadas por todos os membros da organização, porém sua relevância em relação às outras cinco operações é ampliada à medida que se acende a hierarquia organizacional.  O autor  apresenta propõe os  princípios sobre os quais deve se estruturar a operação administrativa: a divisão do trabalho, a autoridade e a responsabilidade, a disciplina, a unidade de comando, de direção, a subordinação do interesse particular ao geral, a remuneração, a centralização, a hierarquia, a ordem, a equidade, a estabilidade de pessoal, a iniciativa e a união do pessoal.

 

Os aspectos de modelagem organizacional fayolistas apresentam um enfoque sobre a estruturação voltada para aspectos internos da organização. Outro ponto importante é o distanciamento dos níveis inferiores da hierarquia organizacional no planejamento. A alta gerência, conforme o modelo de Fayol, apresenta como uma das principais responsabilidades a condução geral da organização, deixando a cargo dos níveis intermediários e inferiores os ajustes para o desenvolvimento das referidas diretrizes.

 

O modelo de Ford apresenta como elementos fundamentais :

 

1. Dividir o trabalho ; 

 

1. Eliminar os elementos supérfluos do produto , do processo e das operações;

 

1. Organizar trabalhadores e peças na ordem natural dos processos e operações;

 

1. Utilizar planos inclinados para facilitar a movimentação de materiais por gravidade; 

 

1. Realizar análise de valor dos movimentos  ;

 

1. Padronizar tempos e movimentos; 

 

1. Promover a especialização do trabalhador; 

 

1. Organizar a produção de forma que os trabalhadores não precisem arrastar ou erguer materiais usando as próprias mãos; 

 

1.  Garantir que todas as operações sejam executadas a altura das mãos dos trabalhadores; utilizar tratores e reboques para movimentar materiais ;

 

1. Promover estudos de layout ;

 

1. Definir o layout das fabricas obedecendo a seqüência dos processos de fabricação ;

 

1. Estabelecer fabricas especializadas por componente a ser montado no produto final (rompe com o modelo de verticalização das fábricas;

 

1. Estabelecer uma linha principal de montagem  do produto em cada fábrica com acionamento  mecânico e alimentada por linhas auxiliares , também com acionamento mecânico;

 

1. Automação .

 

 A aplicação desses princípios  à  produção de automóveis permitiu a Ford desenvolver o paradigma que  orientou a  produção em massa de automóveis  ao longo de boa parte do século XX,  e que tem o FORD T como seu grande ícone.  

 

 

 Apresenta-se abaixo, dois vídeos que permitem  conhecer um pouco dessa historia. O primeiro é um documentário curto sobre a linha de montagem da Ford e a produção da unidade 15.000.000 do FORD T. O outro  documentário  “Master hands”  é um peça de comunicação  institucional produzida em 1927 pela General Motors na fabrica de Flint.  Separados por um intervalo de tempo de duas décadas, os documentários  permitem identificar  o extraordinário desenvolvimento tecnológico na produção de automóveis no primeiro quarto do Século XX.